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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

De perto é pior

Pela primeira vez usei Congonhas depois do acidente. E de TAM. Fui ao Rio para duas reuniões. Coisa rápida, bate-e-volta saindo de São Paulo 7 da manhã e voltando às 16h.

No caminho o trânsito sempre complicado da Rubem Berta, mesmo às 6h20 da madruga. Céu claro, sem nuvens, sol começando a surgir por trás do skyline. De repente, a curva da Washington Luis e lá estão, de um lado os tapumes pretos tampando o entulhão do prédio demolido. Do outro, uma cicatriz no gramado do aeroporto, coberta por uma lona laranja que parece atrair todos os olhares.

Check-in feito, embarque imediato. Avião lotado, globais indo para as gravações, comissárias sorridentes se derramando em gentilezas para Bruno Gagliasso, Cauã-alguma-coisa e este escriba, desconfortavelmente entre os dois.

20min de espera na fila da decolagem, com os cones que marcam a área isolada pela perícia ali do lado... Corrida tranquila pela pista, vôo sussa. decolagem em um santos Dumont banhado pela absurda luz do sol em um céu azul de novela.

Reunião, trabalho, conversa, blá-blá-blá... Santos Dumont de novo, 15h30, solão comendo solto, vontade de ficar e tomar um chopp no Jobi. Mas não dá, compromisso em SP esperando.

Check-in de novo, TAM simpática até não mais poder, aeroporto vazio. Na fila do embarque Zélia Duncan e sua banda, mais um monte de funcionários da TAM. Do meu lado senta um comandante de A320. O outro passageiro, claro, pergunta sobre o equipamento e o comandante André - pacientemente - começa uma explicação cuidadosa e didática sobre reversos, ailerons, stall, decolagem e pouso em pistas curtas e longas, molhada e secas. Sem termos técnicos, na boa, tirando o medo do outro rapaz.

Eu ligo o Ipod e mergulho no mundo de Miles Davis, John Coltrane e Charles Mingus. Na hora do pouso, inevitável olhar de novo para o terreno. E imaginar, mais uma vez, que não precisava ter sido assim.

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quarta-feira, 18 de julho de 2007

Absurdo!

Agora à noite, vendo as notícias e as repercussões do acidente com o avião da TAM que vinha de Porto Alegre, me causa espanto, revolta e nojo pelo descaso que as autoridades tiveram com as condições da pista.

As gravações que foram ao ar instantes atrás no Jornal da Globo são cristalinas: os pilotos e controladores comentavam sobre a pista escorregadia, aviões tocando na pista em pontos mais adiante do que o indicado, levando o risco a um nível altíssimo, emtroca de uma inauguração antecipada.

Crime! Assassinato!

O terminal de passageiros renovado, os controladores mal-treinados e mal-pagos, os políticos sorridentes na reinauguração da pista, as declarações de que os problemas no sistema de transporte aéreo eram controláveis, o conselho para relaxar e gozar.

E o governo se preocupa com os anúncios da Peugeot, que satirizavam a ministra!

A avenida Washngton Luis, onde bateu o avião, é meu caminho de ida e volta do trabalho. Às 19h, quando aconteceu o acidente, eu poderia estar no trânsito, voltando para casa.

Punição para estes canalhas que locupletam-se com o dinheiro que deveria evitar acidentes!

Que haja uma investigação séria, severa e rápida.

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terça-feira, 17 de julho de 2007

Crônica de uma tragédia anunciada.

Caiu um Airbus da Tam em Congonhas. O vôo que vinha de Porto Alegre derrapou no final da pista, atravessou a avenida Washington Luis e acertou o prédio da Tam Express e um porto de gasolina *do outro lado da avenida*!!!




A obra da pista de Congonhas foi entregue há pouco tempo, inaugurada sem o devido processo de grooving (as ranhuras que fazem a água escoar), sem pintura completa... bizarro.

Para relembrar as sábias palavras do Brigadeiro Edgar Brandão Filho, Superintendente da Infraero no Sudoeste, que garantiu que não haveria problemas apesar de o grooving, que são as ranhuras para melhorar o escoamento de água e a frenagem das aeronaves, não estar concluído.

- Mesmo sem ter o grooving, a pista poderá operar normalmente. O grooving começa a ser feito em 30 dias no período da madrugada, para não prejudicar a operação. Para fazer as ranhuras, é preciso esperar o tempo de cura do pavimento. Isso já estava previsto no cronograma e já foi acordado com o Ministério Público - disse o superintendente.

A hipótese de quem conhece um pouco de aviação é que o comandante tentou arremeter e pode 1) - ter entrado em stall por ter pouca sustentação ou 2) ter "rabeado" por não ter aderência na pista.

Independente do que aconteceu, até quando vão brincar com a vida das pessoas? ninguém faz nada?

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