Das voltas que a vida dá
Romântico incurável, sofro daquela condição que foi tão bem descrita por Sammy Cahn e Jule Styne, cantada com maestria por Frank Sinatra, Billie Holiday e interpretada instrumentalmente por Chet Baker e Miles Davis, entre outros.
Passadas algumas experiências amorosas boas, outras ruins, era de se esperar que eu tivesse aprendido a não me entregar tão facilmente, a não construir castelos de cartas sobre bases mais imaginativas do que reais.
That's not the case.
Pior, ao misturar as estações e contruir um mito sobre algo que poderia ter sido lindo, desperdiço a chance de ter comigo alguém que é, indubitavelmente, uma das melhores pessoas com quem tive a chance de conviver.
A idade e a experiência, se não me serviram na aproximação, serão úteis na reentrada da atmosfera desse planeta inóspito chamado realidade. Sempre uma aproximação difícil, com perigos de queima ao sofrer o atrito.
Sabendo disso, me preparo para o impacto.
Sempre há a chance de nada de ruim acontecer, ou da situação ser revertida. Mas, astronada experiente que sou, sei reconhecer os sinais de fadiga de material e os gemidos da couraça se desfazendo.
Vai ser uma aterrisagem forçada. Dolorida. Mas vou sair andando dos destroços.
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